domingo, 3 de fevereiro de 2013

Depressão: o mal do século. ( Mara Cristiane R. Aguila )


Nos dias atuais, a vida é competitiva. Não sobra tempo para se cuidar, encontrar descomprometidamente os amigos e familiares com uma frequência agradável, o fazemos, na maioria das vezes, em situações de reunião ou festa de aniversário, datas comemorativas, situações de doença ou compromissos sociais formais. Além deste distanciamento social, não há muito em lazer, hobbies, diversão, relaxamento. Pouco fazemos do que realmente gostamos, não porque não gostamos do que fazemos, mas porque o fazemos intensamente.

Quanto tempo dedicamos a nós mesmos durante o dia? 

No processo psicoterapêutico, já de início, em grande parte dos casos, sugiro que a pessoa reserve alguns minutos para si mesma diariamente, digo que seja ao menos 15 minutos diários para iniciar. Fazer alguma coisa que realmente goste, seja ouvir uma música, ler um capítulo de um bom livro, assistir algo que gosta na TV, tomar um banho demorado, cantar ouvindo uma música, dançar sem pensar em estilo, enfim... Algo só para si mesmo, privacidade, um momento único de encontro consigo mesmo. Muitos necessitam semanas para conseguir este momento. Hoje, o mundo segue e se não seguirmos junto, ficamos com a impressão que perderemos o bonde, então vamos substituindo o convívio conosco mesmo e o social informal, pelos compromissos, pelo horário apertado, pelas urgências e, na priorização de tarefas, lá se vai nosso espaço...

Pois é, mas o assunto no artigo não é depressão? Porque todo este comentário antes?

Bem, na verdade, a depressão é o mal do século e esta não é uma definição minha não, neste ano, o tema escolhido pela World Federation for Mental Health foi: depressão - uma crise global.

Os dados são assustadores. Segundo dados levantados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente, a depressão atinge cerca de 350 milhões de pessoas de todas as idades e classes sociais, considerada a terceira doença que mais atinge a população mundial. A perspectiva é que até 2030 será a doença que mais afetará a saúde da população. Assustador realmente!

A responsabilidade da mídia, da sociedade e dos órgãos relacionados à saúde da população mundial em considerar estes dados com muita relevância e seriedade é ímpar. Quem tem alguém próximo ou sofre da doença sabe o sofrimento e dor que ela causa. O tratamento é indispensável, pois ainda há mais estatística pela frente relatando que por falta de tratamento adequado e a tempo, um milhão de pessoas cometem suicídio e outras 20 milhões fazem a tentativa por ano no mundo. Somente em nosso país houve um aumento de 33,5% nos últimos anos. 

A OMS destaca que a falta de oferta de tratamentos adequados somado à dificuldade de compreensão, aceitação e ao preconceito que rodeia a busca pelo diagnóstico, faz com que as pessoas demorem muito a buscar ajuda, pensando sempre no estigma que a doença traz consigo retardando a busca de diagnóstico e tratamento.

A depressão não afeta somente quem está doente, mas também a todos que, com esse indivíduo, convivem: familiares, companheiros e companheiras, filhos, amigos, colegas de trabalho, enfim... 

Considerada uma doença crônica, a pessoa deve receber atenção de uma equipe multidisciplinar. Psicólogos, neuropsicólogos (para trabalhar com os distúrbios de atenção e memória que afetam a cognição e a visão de mundo do paciente), psiquiatras e outros clínicos para tratar as doenças oportunistas (aquelas que acabam vindo junto com o quadro, como problema digestivos, distúrbios de sono, alterações de pele, problemas cardíacos, respiratórios, entre outros), enfermeiros, fisioterapeutas e educadores físicos, nutricionistas, entre outros que possam contribuir conforme os sintomas apresentados.

O trabalho com o paciente depressivo é embasado no aprofundamento da definição, dos sintomas e sinais da doença, no autoconhecimento e no estímulo às características positivas que possui, para que ele possa se perceber, tomar consciência, mudar alguns comportamentos através do processo psicoterapêutico e poder administrar a doença com responsabilidade na busca por profissionais nas diferentes etapas que ela vier à tona em sua vida, já que se trata de uma doença crônica que pode ser controlada, mas que também pode retornar frente a fatores desencadeadores ou mesmo sem a presença destes.

Fique atento a alguns sintomas sinalizadores e principalmente se eles permanecem por pelo menos duas semanas: mudanças de humor, tristeza persistente, perda de interesse ou prazer nas atividades, sentimento de culpa ou perda de autoestima, pessimismo frente a tudo, distúrbio de sono ou de apetite, perda de energia, falta de concentração, perda significativa de memória, presença de sentimentos inapropriados de desesperança.

Um bom diagnóstico pode determinar o melhor caminho. A depressão é uma doença grave que deve ser levada à sério. Não prefira o silêncio ou se sinta envergonhada (o) caso se perceba nos sintomas. Afinal, se temos dores e mal estar físico, procuramos auxílio médico, portanto, devemos dar a mesma importância a nossa saúde mental, afinal ninguém está no mundo para sofrer e sim para ser feliz.

Abraços.

Psicóloga - Curitiba e Paranaguá-PR - Mara Aguila - (41) 9189-3751

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